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André Villas Boas comenta declarações de Jesus

Apesar das três vitórias consecutivas e sem golos sofridos, André Villas-Boas alertou para a necessidade de consolidar os processos de jogo e evitar erros defensivos. Pelo meio, alfinetou as certezas de Jorge Jesus, que, como se sabe, não costuma antecipar os jogos em conferências de Imprensa, fazendo-o só à Benfica TV. No diálogo de ontem com os jornalistas, Villas-Boas não deixou escapar a oportunidade para lembrar que, no rival, só há... monólogos.
Jorge Jesus afirmou que o Benfica será campeão. De que forma recebeu esta declaração?

A que jornalistas é que o Jesus disse isso? Em que conferência de Imprensa? Não estou aqui para criticar o modo de estar dos outros, mas a verdade é que as conferências de Imprensa desse clube são monólogos e as mensagens fáceis de passar, porque o seu treinador nunca é confrontado com perguntas. Nesse monólogo, Jorge Jesus disse que queria ser campeão. Nós também queremos ser campeões, o Sporting também e penso que o Braga tem o mesmo sentimento. Os resultados da primeira jornada não querem dizer nada e, aqui, partilho do raciocínio de Jorge Jesus, porque, no ano passado, todas as equipas empataram no primeiro jogo e depois consolidaram processos e entraram num rumo de vitórias que levaram até ao fim, sendo que o Benfica e o Braga conseguiram estendê-la até à última jornada. O que importa é a regularidade e, nesse sentido, este arranque fraco do Benfica e do Sporting não os atrasará significativamente na luta pelo título, estando nós numa fase tão prematura do campeonato.
Pinto da Costa pareceu não valorizar muito a vitória na Supertaça ao dizer que venceu uma taça a uma equipa de caceteiros…
Obviamente que foi uma vitória importante, num jogo em que estava em disputa um troféu. A partida foi como foi e penso que o presidente, nessa declaração, se refere aos lances duvidosos e de agressividade que todos puderam observar, assim como à quantidade de cartões vermelhos que deviam ter sido mostrados. É a isso que ele se refere e não pretende retirar mérito ao troféu conquistado. Para nós, esse triunfo já passou há algum tempo e não nos interessa apenas essa vitória. Também queremos vencer esta semana, chegar à fase de grupos da Liga Europa e conquistar um percurso regular sempre com a vitória no pensamento.
O FC Porto ainda não sofreu golos e já leva três vitórias. Tem sido difícil gerir um eventual excesso de confiança da equipa?
Não, porque também temos sido submetidos a pressão relativamente a algumas falhas de organização. A correcção desses defeitos chegará, como já disse, através da consolidação de processos decorrente dos treinos e dos jogos. O importante é que a equipa conceda cada vez menos oportunidades de golo aos adversários e continue a criar oportunidades suficientes para vencer os jogos. Esse é o nosso compromisso. Não há excesso de confiança absolutamente nenhum. Na pré-época também tivemos três vitórias consecutivas e um bom período de assimilação de princípios, que foi rapidamente colocado em causa por duas derrotas em Paris. Portanto, aqui não existe um clima de euforia. Há apenas um FC Porto com o compromisso de ganhar regularmente, e é dentro desse espírito que queremos abordar os próximos jogos, de forma a agarrar o primeiro lugar o mais rapidamente possível.
Tem falado constantemente da necessidade de consolidar processos de jogo e eliminar o erro. Para quando uma equipa à sua imagem?
Essa pergunta é injusta. Não podemos estar todas as conferência de Imprensa sob o fantasma dessa pergunta. O que me parece é que quando o FC Porto vence, esses triunfos são justificados com a dinâmica de vitória ou por culpa dos processos antigos que estão instituídos; quando não vencemos, são os novos processos que não estão assimilados ou as novas bolas paradas que não funcionam. Parece-me que há uma discrepância radical na análise deste novo FC Porto. O FC Porto é sempre uma equipa em construção. Neste momento, tentamos encarar os jogos de outra forma, em termos de circulação e posse de bola, isto sem qualquer tipo de crítica relativamente ao que aconteceu no passado. São processos que levam tempo, e em seis ou sete semanas não se consegue eliminar hábitos que perduraram muito tempo. Conseguimos mudar alguma coisa, aproveitar outras de positivo do passado, e criar um conjunto forte e com uma diversidade de princípios de jogo. É um FC Porto que está em mudança, mas não nos podemos esquecer que é um FC Porto tetracampeão e que, por isso, não vamos cortar a direito com o passado.
Que análise faz ao comportamento da equipa neste arranque?

O FC Porto tem zero golos sofridos em três jogos oficiais, mas também é verdade que se deixou expor em alguns lances. Por isso, há que consolidar o processo defensivo para não deixarmos os adversários criar tantas oportunidades. Precisamos construir um bloco mais compacto e equilibrado.

Fonte OJOGO