Contrato de staking chegou a Tribunal nos Estados Unidos
Uma relação de staking entre o jogador Lee Childs e a investidora Lynne Mitchnick, chegou a tribunal por acção da investidora, que decidiu dar por terminado o contrato pedindo ao mesmo tempo que o jogador pagasse os $40,319 ainda em falta pelo makeup do contrato.
Os contratos de staking são uma constante no mundo do poker, tanto online como ao vivo, e a maior parte das vezes, são fechados com um simples aperto de mãos. Já este contrato entre Childs e Mitchnick, foi assinado em papel, num texto redigido pela própria Lynne Mitchnick, sem qualquer auxílio de um advogado.
Os dois conheceram-se durante uma espécie de seminário de poker em 2008 (WPT Boot Camp). Lee que tinha chegado à mesa final do Main Event das World Series of Poker de 2007 (um torneio ganho por Jerry Yang), foi contratado como instrutor pela World Poker Tour para os seus Boot Camps.
Outro instrutor, Nick Brancato, sabendo que Lee Childs procurava alguém que o bancasse, apresentou-lhe Mitchnick, uma frequentadora habitual dos seminários. Os dois acabaram por se entender, e assinara o contrato que podem ver aqui.
O acordo prosseguiu durante os 4 anos seguintes, sem qualquer reclamação, quer de Lee, quer da investidora Mitchnick.
Tudo estava bem até que em Outubro de 2012, e quando estava numa pausa de um torneio no Borgata, Childs foi notificado do processo que Mitchnick tinha apresentado num tribunal de New Jersey contra si.
Lee recorreu a um ex-jogador e nessa altura recém-licenciado em advocacia, para o representar no caso. David Zeitlin nem queria acreditar, quando Lee lhe contou o que se tinha passado:
Achei que a queixa foi de mau gosto, na minha opinião violou uma regra não escrita no mundo do jogo - os problemas resolvem-se em casa, dentro do mundo do jogo. Um investidor pedir a alguém que jogue com o seu dinheiro, e depois pedir ao jogador que o reembolse pelas perdas, não me caiu nada bem. Parecia-me que a queixa era, quanto muito, ambiciosa. Resumindo, o caso mais parecia um monte de trampa.
Após 6 dias de julgamento, o caso chegou ao fim no passado dia 14 de Maio, quando o júri decidiu que Lee Childs não tinha feito nenhuma falha material ao contrato, e como tal não haveria lugar a reembolso à queixosa.
O caso envolveu uma resposta de Mitchnick ao interrogatório do advogado de defesa, de 600 páginas. Uma resposta onde a queixosa apresentou todos os emails trocados com o jogador, sms, gráficos, e declarações bancárias de todo o dinheiro depositado na conta conjunta que os dois criaram, como parte do contrato.
Uma das cláusulas do contrato obrigava Childs a "jogar poker na melhor das suas capacidades". Mitchnick mencionou que Childs foi visto a beber cerveja durante os torneios, a beber até tarde nas noites prévias a torneios, e que às vezes chegou tarde aos torneios.
Depois de negociações que levaram a nada, de ter sido avisado pelo seu advogado que o caso ia mesmo para tribunal, e que os custos podiam ser elevados, Lee disse ao seu advogado e amigo:
Prefiro dar o dinheiro a ti, que a ela.
A resolução acabou por ser favorável a Childs, num processo que envolveu mais de um ano de batalhas jurídicas e do qual podem saber todos os pormenores aqui.
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