PokerPT.com

Jogadores/

Phil Galfond temeu pelo seu futuro com a chegada dos solvers

Numa extensa entrevista, Phil Galfond abordou vários temas e num dos temas Galfond diz que chegou a temer pelo seu futuro no poker. Nomeadamente a entrada em cena dos solvers.

O site poker.org lançou mais uma entrevista de Craig Tapscott, desta vez com um dos nomes mais respeitados do poker mundial e cujos muitos vídeos temos partilhado regularmente aqui no PokerPT.com. Falamos de Phil Galfond.

Dono de 3 braceletes World Series of Poker, foi nas mesas de cash games high stakes que Phil Galfond ganhou o respeito do poker mundial, sendo considerado um dos melhores, senão o melhor, jogador de Pot-Limit Omaha. Galfond cuja notoriedade se deu ao comando da conta OMGClayAiken.

A entrada de Galfond no mundo do poker online é similar a muitos jogadores da sua geração, já que foi através de um amigo no ano de caloiro da faculdade que o apresentou ao que viria a ser o seu futuro profissional.

Tendo dominado o palco dos high stakes, Galfond deixou de ser apenas jogador de poker, passou a ser coach, autor, empresário. Mas como Galfond confessa, este foi um futuro que o próprio temeu deixar de ter pela frente.

Apesar do domínio que exerceu nas mesas de cash games, não foi nos cash games que Galfond começou o seu trajecto do poker online. Começou a jogar sit and go's de $10, e quando decidiu passar para os cash games procurou ajuda de um coach. Coach cujo nome descobriu no 2+2: Tommy Angelo. Coach que marcou Phil Galfond e que o mesmo já tinha destacado num vídeo: "Top 5 de lições de Mental Game Coaches".

Se bem que Galfond marcou o seu nome no poker como um expert de Pot-Limit Omaha, essa não foi a sua primeira escolha. A descoberta do PLO partiu por sugestão de outra lenda dos high stakes: Tom durrrr Dwan:

O Tom era sempre muito generoso a partilhar conhecimento. Uns 2 anos depois de o conhecer, eu já jogava os limites mais altos de NLHE e ele dizia-me que os jogos de PLO estavam muito bons e que eu devia entrar neles. E eu respondia: Tom eu nunca joguei PLO. "Ok, ok, então vê-me a jogar", respondeu Dwan.

Ele deixou-me sentar atrás de si a vê-lo jogar 6 mesas de $200/$400 Pot-Limit Omaha. Ele sempre foi muito generoso e não tinha expectativas de receber algo de volta.

Tendo sido um dos primeiros jogadores de poker a falar do conceito de ranges, uma outra novidade deixou Galfond apreensivo, preocupado mesmo. Falamos dos solvers.

Os solvers alteraram o jogo significativamente. E verdade seja dita, fiquei infeliz quando os solvers começaram a aparecer. Porque eu era mais um explorador, intuitivo, em vez de ser um estudioso.

Tinha as minhas próprias teorias e quando não existe uma fonte para te dizer o que está correcto, o melhor que podes fazer é criar as tuas próprias teorias, trabalhar com outras pessoas e rever os números. Esse tipo de coisas.

Quando os solvers começaram a aparecer, fiquei muito assustado sobre o meu lugar no poker. Assumi que o futuro dos high-stakes passaria pelos que melhor estudavam, os melhores jogadores e que os exploradores ficariam pelo caminho. Que não conseguiriam acompanhar os estudiosos e os memorizadores.

Eu não tenho boa memória, na escola nunca fui bom nesse aspecto. Eu era um mau aluno, contudo a fazer testes conseguia chegar à resposta correcta de um problema mas de uma forma distinta, inventada por mim. Mas não tinha boas notas, porque não me lembrava da fórmula que era suposto utilizar. Por isso a memória nunca foi o meu forte.

Muita gente tem a percepção, por causa da forma como falo e porque sou suficientemente nerd, que estudo muito e sou um jogador muito aplicado ao estudo. Quer dizer, comparado com o jogador médio, sim, mas comparado com os meus pares que jogam high stakes, nem perto.

Fiquei muito assustado com os solvers, mas já tinha mudado para jogar apenas PLO quando saíram os solvers de NLHE. Por isso não os usava. Não me recordo da data exacta de quando saiu o primeiro solver de PLO, mas foi numa altura em que eu estava semi-retirado, pois estava mais aplicado noutros negócios e não tinha tempo para jogar.

Tinha-me afastado um pouco do jogo e quando regressei já com os solvers, pensei que podia ser o fim da minha carreira como jogador. Não o fim literal, mas pelo menos o fim de jogar ao nível mais elevado. Não pensava ter o necessário para estudar e aplicar. Analisar as simulações, tantas estratégias distintas de ranges, boards diferentes, sizings diferentes. Processar tudo isso, lembrar-me de tudo isso e depois colocá-lo em prática nas mesas.

Avançando no tempo, foi já no final de 2019 que decidi criar o Galfond Challenge e voltar a jogar high stakes de poker. A princípio parecia que tinha razão, que eu não me enquadrava nesta era pós solvers, mas eventualmente deu-se o click e descobri que as mesmas capacidades que fizeram de ti um grande jogador há 18 anos ainda tinham uma grande relevância no presente. Apenas tinha novas ferramentas disponíveis para aprender e nas quais tinha de trabalhar um pouco.

Na longa conversa, que podem ver no vídeo acima, Galfond fala também do que levou à criação da sua própria sala de poker online, a Run It Once Poker, que posteriormente vendeu. O equilíbrio entre o poker e a vida familiar; o impacto do coaching no seu crescimento pessoal. Houve ainda tempo para falar do escorrega que tinha no seu duplex de New York a ligar os dois andares.

Solverde.pt

Solverde.pt

€100 bónus+ 25 Free Spins + €30 em Freebets