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Queiroz "varrido" por todos

O ambiente irrespirável em volta da Selecção Nacional conheceu ontem um epílogo anunciado: Carlos Queiroz foi despedido! A decisão, com alegação de justa causa, mereceu a unanimidade da Direcção da FPF - as relutâncias também terminaram para o presidente da FPF, Gilberto Madail, e ficou clara a sua "rendição" à necessidade de uma nova ordem na Selecção, como se pode entender pelo facto de, no final da reunião de cerca de quatro horas, ter lido um comunicado (ver peça ao lado) e acrescentado que foi o "principal responsável" pela contratação de Queiroz, embora, a título pessoal, tenha agradecido "o trabalho e o empenho" do ex-seleccionador, com o qual manteve "uma boa relação ao longo destes tempos".

Na reunião de Direcção, Madail, que chegou às 14h43 ao edifício da FPF, em Lisboa, acabou por votar favoravelmente ao lado dos vice-presidentes Amândio de Carvalho, Carlos Lamas Pacheco e Fernando Gomes. O despedimento de Queiroz mereceu igualmente o "sim" dos directores Joaquim Alves, Vítor Peralta, José António Cavaco, Ângelo Brou e José Manuel Portugal (Sérgio Dias Luz não esteve presente, pois acompanha a Selecção feminina de sub-19 na Hungria), presentes numa reunião que terminou pouco antes das 19h30.

Madail não enumerou os fundamentos (serão entregues ao treinador português) da dispensa com alegação de justa causa, mas como O JOGO ontem escrevera, confirmou-se o despedimento de Queiroz - sem se aguardar pelo resultado do seu recurso para o TAS relativamente aos seis meses de suspensão que lhe aplicou a Autoridade Antidopagem de Portugal ou as conclusões do processo do já célebre caso da "cabeça do polvo" - o qual ontem mesmo teve audição de testemunhas pelo Conselho de Disciplina.

Procedendo à análise do comportamento público do seleccionador nas últimas semanas - seja a interferência nas questões técnicas da Selecção, não obstante estar suspenso, ou as declarações feitas, em especial em entrevista à SIC -, a Direcção da FPF muniu-se, sabe O JOGO, de um parecer jurídico no qual são fundamentadas razões entendidas como suficientes para o despedimento ser por justa causa. E foi o que aconteceu - competindo agora ao já ex-seleccionador nacional dirimir o conflito em sede de tribunal, se o entender.

Não é de excluir que nos próximos dias venha ainda Queiroz a ser alvo de um pedido de indemnização pelos prejuízos causados.

FUNDAMENTOS

  • Suspensão actual de Carlos Queiroz
  • Comportamento recente do treinador
  • Interferências em decisões da Selecção, apesar de suspenso
  • Declarações inoportunas e desestabilizadoras

FonteOJOGO