Jogo Online: 75% dos jogadores apostam no mercado ilegal
O estudo é da Universidade Nova/Qdata e diz que 75% dos jogadores nacionais opta pelos sites de jogo online ilegal para realizar as suas apostas. Em 2017, este valor estava nos 65% e assim verificou-se um aumento de 10% para 2018.
Mais uma vez, um dos factores apresentado para esta subida é a excessiva taxação realizada em Portugal aos operadores legais que assim apresentam produtos menos atractivos do que os operadores ilegais. Nomeadamente nas apostas desportivas, onde as odds dos operadores licenciados são bem menos competitivas em relação ao mercado ilegal. Este foi mesmo um dos pontos evidenciados por António Vieira Coelho, administrador da Estoril Sol, no mês passado.
Para o administrador, o mercado ilegal "é o maior problema" do jogo online e "não está a ser convenientemente tratado".
Já Gabino Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online (APAJO), alerta que, devido à falta de controlo, é possível “um operador actuar ilegalmente em Portugal”, onde identifica os vários meios de pagamentos disponíveis aos jogadores portugueses pelos sites ilegais, como o Multibanco e o MBWay.
Oliveira vai mais longe e fala ainda da permissividade do controlo a esses sites, que podem "usar fornecedores de jogos e plataforma que também fornecem operadores legalmente licenciados, publicitar em meios de comunicação social e em sites ou fazer campanhas em frotas de táxi". Concluindo que é necessário "responsabilizar penalmente as entidades que disponibilizam estes serviços" ao mercado ilegal.
EGBA apela à redução de impostos
A Associação Europeia de Jogos e Apostas (EGBA, em inglês), na voz do seu secretário-geral, Maarten Haijer, em concordância com a APAJO, apela à redução do Imposto Especial de Jogo Online (IEJO). Haijer disse mesmo que o regime português "é discriminatório porque aplica impostos mais favoráveis a alguns operadores, enquanto outros têm que pagar um imposto mais elevado devido a uma base tributável mais ampla", onde dá o exemplo que apenas um dos seus membros tem licença em Portugal, apesar de outros estarem bastante interessados no mercado.
"Encorajamos as autoridades portuguesas a taxar todos os operadores de forma igual e tendo como base as receitas brutas, tal como é feito em quase todos os países da União Europeia. Isto irá encorajar mais companhias a obterem licença no mercado português e a aumentar o número de jogadores a apostarem no mercado regulado", conclui Maarten Haijer.