Sébastien Ogier vence Rali de Portugal
Começou por ser o mais rápido no Shakedown, na quinta-feira de manhã, e acabou ontem, no Estádio do Algarve, consagrado como vencedor do Rali de Portugal. Chama-se Sébastien, guia também um Citroën C4 WRC, mas não é Loeb… simplesmente Ogier. Na festa anunciada da marca francesa, que monopolizou todos os lugares do pódio - e só não houve um quarto Citroën no "top 5" porque Petter Solberg fez asneira no cair do pano no Estádio do Algarve, permitindo a subida de Mikko Hirvonen (Ford Focus) -, uma nova estrela confirmou a sua ascensão no firmamento do mundo dos ralis. Sim, porque Sébastien Ogier, nesta segunda época de Mundial com um C4 WRC, há muito provara merecer estrear-se como vencedor de um rali do campeonato e o exemplo mais flagrante teve como palco a Nova Zelândia, a prova anterior à portuguesa. Um pequeno erro na derradeira classificativa permitiu a Latvala roubar-lhe um triunfo que parecia certo. Agora, em Portugal, chegou a sua hora, depois de gerir de modo soberbo os 21,1 segundos com que iniciara a derradeira etapa (4 classificativas mais a do estádio), face ao outro Sébastien sedento de mais um dia de glória. Como havia prometido, o "patrão" da Citroen, Olivier Quesnel, deu liberdade absoluta aos seus dois pilotos, avisados apenas para "não sair de estrada", e Loeb não teve como anular aquela desvantagem, mesmo se na primeira passagem por Felizes e Loulé tivesse reduzido o atraso para 10,1s. Caso repetisse a gracinha na segunda, os Sébastiens chegariam empatados à classificativa do Estádio do Algarve, para decidirem aí a vitória. Mas não foi necessário, porque o líder não deixou, partindo ambos para o "relvado" com 7,7 segundos de diferença, uma margem suficiente para garantir a primeira vitória da sua já brilhante carreira e destacá-lo no segundo lugar do campeonato, atrás do seu colega e adversário… Loeb. Como é evidente, se o "veterano" espanhol Dani Sordo já não tinha uma posição confortável na equipa Citroën, tendo em vista o futuro, a partir de ontem terá ficado ainda mais crítica…
A única alteração significativa operada ao nível dos primeiros lugares aconteceu em pleno estádio, quando Petter Solberg bateu nas barreiras e ficou parado os segundos suficientes para Mikko Hirvonen lhe arrebatar o quarto lugar final do rali.
"O meu grande erro foi cometido no primeiro dia, quando andei demasiado relaxado e no final tinha uma desvantagem superior a 40 segundos"
Sébastien Loeb, 2º classificado
"Nunca tinha guiado tão depressa como esta manhã e não acreditava que o drama da última classificativa na Nova Zelândia pudesse acontecer aqui"
Mikko Hirvonen, 4º classificado
"Vai ser uma maravilha, ele [Julien Ingrassia, co-piloto de Ogier] esta noite paga tudo"
Daniel Elena, co-piloto de Loeb
"Eles podiam bater-se na luta pela vitória, mas deviam, obrigatoriamente, manter-se na estrada. Portanto, não houve ordens. Foi uma vitória regular"
Olivier Quesnel, director-desportivo da Citroën
Final - Rali de Portugal
1º Sébastien Ogier/Julien Ingrassia
(Citroën C4 WRC) 3h51m16,1
2º Sébastien Loeb/Daniel Elena
(Citroën C4 WRC) a 7,9s
3º Dani Sordo/Marc Marti
(Citroën C4 WRC) a 1m17,6s