Automobilismo - Começa hoje o Rali de Portugal
Estende-se de hoje até domingo aquele que é o maior espectáculo de automobilismo a visitar o País - o Rali de Portugal. O Algarve já não recebe aquela euforia dos velhos tempos de Arganil, pois agora a mentalidade é outra - privilegia-se a segurança, com ralis mais compactados, e envia-se o público para as chamadas "zonas-espectáculo" -, mas o nosso rali continua a marcar pontos relativamente aos restantes, como o provam as mais de sete dezenas de inscritos, número acima do habitual num Mundial que também já não tem as listas de inscrições de outrora.
E entre os que ao fim do dia de hoje vão alinhar no Estádio Algarve há uma dúzia de WRC, os mais competitivos carros da actualidade, com preparação de fábrica ou equiparada, mais outros tantos S2000, os do campeonato do futuro, também de qualidade, e ainda alguns bons concorrentes de Produção, liderados pelo campeão mundial Armindo Araújo. Para completar, a organização juntou-lhe o Rally Revival, com uma vintena de velhos modelos e pilotos históricos, a começar por Juha Kankkunen. Os tempos são outros, mas Portugal continua a ter aquele que é provavelmente o melhor rali do mundo.
Boa gestão dos pneus será decisiva
Com a previsão de temperaturas elevadas na região do Algarve para os próximos dias - máximas de 26/27 graus e mínimas de 16/18 -, uma boa gestão dos pneus irá fazer a diferença entre os candidatos à vitória no Rali de Portugal, ou seja, os pilotos das equipas oficiais da Citroën e da Ford, tanto mais que nesta sexta prova do Mundial vigorará a norma de um único tipo de pneu fornecido pela Pirelli, que tem a exclusividade do campeonato.
A marca italiana, atendendo às características dos pisos de terra dos troços do Algarve e do Baixo Alentejo que se integram nesta edição do Rali de Portugal, optou pelo Scorpio de mistura dura, não sendo autorizada a abertura de cortes adicionais e cada carro poderá ter duas rodas sobressalentes. Portanto, é com esse tipo de pneumático que Sébastien Loeb, Dani Sordo e Sébastien Ogier, por parte da Citroën (Kimi Raikkonen ainda não entrará nas contas da discussão de um lugar no pódio…), e Mikko Hirvonen e Jari-Matti Latvala, da Ford, terão de se haver em condições muito exigentes.
Evitar um desgaste prematuro vai ser fundamental, sabendo-se desde já que a superfície das classificativas portuguesas, que são consideradas médias/rápidas e muito técnicas, é bastante abrasiva, e se a isso juntarmos uma temperatura ambiente elevada - nas estradas alentejanas e na serra algarvia, os termómetros devem subir ainda mais -, estão criadas as condições para alguns pilotos terem… dores de cabeça.
Como evitar o desgaste excessivo dos pneus será a grande questão, que passa por uma boa afinação do carro, a ser ensaiada já esta manhã, quando os pilotos fizerem o Shakedown no troço de Vale de Judeu, e depois, já em prova, evitando uma condução demasiado agressiva.
"Nas segundas passagens pelas classificativas, quando já encontramos a estrada limpa de pedras, a aderência será melhor, mas o piso vai estar mais abrasivo, pelo que será importante que os pneus trabalhem bem", sublinha Hirvonen.
Hoje, o arranque será pouco mais do que simbólico, mas a partir de amanhã será bem a sério.