Comunicado Dani Stern, Isaac Haxton e Daniel Dvoress sobre reunião com PokerStars
Ansky, no 2+2, mais conhecido por Dani Stern no mundo do poker, já publicou um comunicado em jeito de balanço à reunião com a Amaya Inc., em Montreal. Palavras onde se nota o cuidado em não pisar a linha no que diz respeito aos acordos de confidencialidade assinados por cada um.
Stern reage, como havia prometido aquando da entrevista do Team PokerStars Pro, com um longo post assinado pelos três intervenientes externos à PokerStars: Dani Stern, Isaac Haxton e Daniel Dvoress.
Stern & Co. sairam desapontados de Montreal, após a reunião com os representantes da PokerStars, com a inevitabilidade das alterações. A reunião, segundo Daniel Negreanu, será para repetir com regularidade e com variedade de jogadores, esperando-se assim que "erros de comunicação" destes não se voltem a suceder e a danificar mais a confiança entre jogadores e a maior sala de poker online.
Clica aqui para a versão original do post:
Daniel Dvoress, Isaac Haxton e eu fomos convidados por Daniel Negreanu para uma reunião na segunda-feira, 18 de Janeiro, no quartel general da Amaya em Montreal para falar sobre as recentes alterações no programa VIP da PokerStars. A Amaya/PokerStars fez-se representar por: Shaw Nikolaev, VP Operations da Amaya, Eric Hollreiser, VP Corporate Communications Amaya e PokerStars, Severin Rasset, Head of Poker Room Management da PokerStars e Baar Dahl, da equipa Poker Room Management da PokerStars. David Baazov, CEO da Amaya, fez uma breve aparição.
No começo da reunião requisitaram que assinássemos um acordo de confidencialidade proibindo-nos de revelar dados concretos de negócio ou da área financeira que possa influenciar a cotação em bolsa da Amaya. Não era a intenção deles restringir-nos de falar sobre a reunião, mas sentiram que, para conseguirem argumentarem o seu caso, precisavam de partilhar informação confidencial.
Falamos durante mais de oito horas numa sala de conferências dos escritórios da Amaya, um pequeno e desinteressante prédio ao lado da auto-estrada nos arredores de Montreal. Este é o nosso comunicado conjunto que sumariza os nossos pensamentos após a reunião.
À entrada da reunião, a nossa prioridade era falar sobre a decisão da PokerStars de não premiar em 2016 o que prometeram aos jogadores que atingiram estatutos de SN e SNE, durante 2015. Apresentamos a nossa perspectiva de que o programa VIP, como publicitado no site da PokerStars até Novembro de 2015, era um acordo entre a PokerStars e os jogadores afectados. Enfatizamos que a falha no cumprimentos deste acordo não é apenas de “má comunicação”, mas de quebra de confiança. Relembramos que não é tarde demais para corrigir o erro.
Embora os representantes da PokerStars e da Amaya apresentassem a sua defesa e expressassem pesar pelo impacto que a decisão tem na confiança dos jogadores na sala, não fizemos nenhum real progresso neste ponto. Eles negaram terem a obrigação de dar aos SN e SNE de 2015 os prémios que lhes prometeram, declarando que sentiam tal não ser no melhor interesse do seu negócio.
Do que conseguimos ver, o objectivo da PokerStars para a reunião era convencer-nos que 1) Há problemas com o corrente “ecossistema” e que 2) As alterações no programa VIP irão vão responder a esses mesmos problemas. Sentimos que fizeram um bom argumento para o primeiro ponto. Eles apresentaram fortes provas que algo tem que mudar. Gostaríamos de elaborar este ponto, mas não podemos dizer muito sobre os dados que nos apresentaram sem violar o NDA.
No entanto, não sentimos que nos foram mostradas provas convincentes que as alterações implementadas até agora irão directamente afectar os problemas com a ecologia do jogo ou a experiência do jogo dos jogadores recreativos. Eles não apresentaram qualquer prova a apoiar a (algo contraintuitiva) afirmação de que tirar mais dinheiro aos jogos irá produzir benefício a qualquer jogador. De facto, o único mecanismo pelo qual eles admitiram tal poder ser verdade é que liberta fundos para a Stars investir em outras iniciativas como publicidade, investigação ou retenção de jogador.
Passamos algum tempo a discutir os detalhes destas alterações e antecipando as suas consequências nos diferentes tipos de jogo. Expressamos a nossa preocupação que o high-stakes hyper SNG rake é imbatível sem o antigo 70% de rakeback do SNE. Primeiro mostraram-nos umas duvidosas estatísticas que eles afirmam sugerir o contrário. Após apresentarmos as nossas objecções a estes números, fomos apenas assegurados que eles estão conscientes que os high-stakes hypers serão fortemente afectados e que planeiam monitorizar estes jogos de perto. Não conseguimos obter uma clara resposta para se os ajustamentos ao rake deste jogo estavam em consideração ou se, no pior dos casos, será simplesmente permitido que morram.
Também discutimos a remoção de VPPs aos níveis de high-stakes de cash. Vimo-nos, de novo, frente a um pouco convincente estudo nas percentagens relativas de depósitos capturadas pela PokerStars e pelos jogadores que ganham nestas mesas. Tanto nestes dados como nos dos SNG os resultados tendiam a apresentar apenas dados dos maiores ganhadores, ou a ignorar os dados dos jogadores que metem um elevado volume e perdem, de tal forma que sistematicamente sobrevalorizou a conclusão de quanto podem os pros ganhar nestes jogos. Ainda assim, todos concordamos que estes jogos são os que têm menor rake na PokerStars e que têm capacidade para absorver um aumento do rake efectivo. Asseguraram-nos que a PokerStars considera os high-stakes uma parte importante da sua oferta e que não há planos para eliminar estes jogos.
Discutimos algumas opções de gestão de rake nos high-stakes de forma a que o lucro aumente sem desencorajar os pros de jogarem uns contra os outros e de abrirem mesas. Sugerimos reduzirem o rake nas mesas shorthanded [NDT: mesas não completas], aumentando quando estiver cheia e a oferta de descontos/bónus para os SNGs que abram com um alinhamento de apenas jogadores com estatuto SN ou SNE. Os representantes da PokerStars/Amaya pareceram interessados nestas propostas, mas ficamos com a impressão que as acharam mais trabalhosas do que valiosas.
Lamentamos profundamente não trazer qualquer boa notícia para os jogadores. Demos o nosso melhor para apresentar argumentos, tanto práticos como éticos, contra os cortes SN e SNE, mas a PokerStars não está disponível para reconsiderar qualquer uma das alterações.
Sintam-se à vontade para colocar perguntas. Tentaremos responder da melhor forma que pudermos, mas será improvável respondermos a algo que pensemos estar perto de violar o NDA.
-Dani Stern, Isaac Haxton, Daniel Dvoress