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Análise dos primeiros 3 anos de regulamentação em Espanha

O Jdigital, associação espanhola de jogo digital, publicou um balanço destes primeiros três anos de regulamentação do jogo online no país de "nuestros hermanos". Mais transparência, segurança e importantes medidas sobre o jogo responsável, são alguns dos aspectos positivos apontados.
 
O estudo elaborado pela Jdigital revela que há unanimidade no sector em considerar que a regulamentação foi favorável e que se deve celebrar os 3 anos de transparência e segurança. Miguel Ferrer, consultor de assuntos públicos da jdigital, explica que "o jogo regulamentado inovou, não só o sector económico, como também uma forma de regulamentar uma indústria, tendo por base a qualidade e a segurança, que espero que não sofra um retrocesso". A regulamentação também gerou "avanços positivos no que concerne ao jogo responsável, com notáveis medidas de controlo e transparência dos operadores", adiciona Rafael Jiménez da RANK.
 
Um dos principais desafios que a indústria enfrente neste momento, segundo Sacha Michaud, presidente da Jdigital, é a eliminação do "estigma que o jogo online tem em Espanha, pese embora se ter transformado numa parte importante do sector de e-commerce, com a 5ª posição no ranking dos ramos com mais actividade por volume de negócio e em número de transacções".
 
Do lado dos operadores, Esther Martin, da Betfair, indica que "é inegável que o mercado espanhol é atractivo para os operadores online, como o número de licenças solicitadas indica", por outro lado "a carga fiscal está entre as maiores da Europa e a liquidez internacional marcaría um ponto de viragem no crescimento do mercado em Espanha."
 
Um dos sectores mais afectados pela regulamentação foi o poker, de acordo com Simón Muñoz da EducaPoker, "esta redução artificial da oferta, juntamente com a elevada taxação sobre o jogo, expulsaram do mercado a grande maioria dos jogadores que migraram para outros paises como o Reino Unido, ou que se mudaram para o mercado negro, utilizando VPNs, perante a passividade do regulador". Muñoz acrescenta que "os jogadores não estão a deixar de jogar, como indicam os números do DGOJ, simplesmente estão a jogar fora dos canais legais".
 
Em suma, Espanha está dividida perante o quão benéfica foi a regulamentação e em qualificar estes 3 anos de enquadramento legal. Se por um lado o mercado está mais seguro e transparente, algo que o jogo online precisava com urgência, está também muito mais pequeno, fruto do "fecho de fronteiras online", retirando liquidez e, ultimamente, viabilidade a todo o sector. O estado - DGOJ - tem agora que se ajustar, com a "abertura de portas ao mercado internacional" a ser reclamada por todos como indispensável.
 
São inevitáveis as comparações entre as regulamentações ibéricas. À primeira vista Portugal parece ter condições para fazer um balanço bem mais positivo que o vizinho, daqui a três anos, embora o processo de legalização ainda esteja por terminar. Como estaremos daqui a 3 anos? Melhores ou piores do que pré-regulamentação? Melhores ou piores do que Espanha?