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'Viagens e poker online lideram as fraudes com cartões de crédito' in DN

Na capa do Diário de Notícias de hoje podemos ver em grande destaque o título que figura nesta notícia - 'Viagens e poker online lideram as fraudes com cartões de crédito'. De acordo com essa notícia, as pessoas que fazem fraudes com cartões de crédito, gastam a maior parte do dinheiro em reservas de viagens e em salas de poker.

A notícia é assinada por Paula Carmo e é a seguinte:

Viagens e poker online lideram as fraudes com cartões de crédito

Investigação: Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária já deteve neste ano 18 pessoas. As burlas com cartões, quer por clonagem quer por apropriação de dados, são esquemas engenhosos e proliferam na internet

Um casal, ela de 44 anos e ele de 51, usaram um esquema aparentemente simples: com um leitor de bandas magnéticas copiavam os dados para fazer cartões clonados. Fizeram, durante dois anos, levantamentos em caixas multibanco, compras online e em diversos estabelecimentos comerciais. Tudo lhes corria de feição até que a Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da PJ entrou em campo no mês passado. Tinham 24 cartões com banda magnética, quatro deles contrafeitos. “Um deles trabalhava em casa dos lesados e aproveitava-se disso para usar à vontade o miniskimmer, o leitor/gravador de bandas magnéticas que é de venda livre”, revela ao DN o inspetor Álvaro Tomé que há oito anos chefia a UNNC. Neste caso, o desvio terá chegado aos cem mil euros e, após busca domiciliária, foram-lhes apreendidos, entre outros, objetos em ouro e relógios.

“O maior volume de fraudes está relacionado com compra de viagens de avião e jogos online, sobretudo de poker”, acrescenta, “mas também há quem compre computadores, telemóveis, roupa, artigos de ourivesaria, tudo artigos de fácil transação… “Até novembro deste ano, só em Lisboa, foram contabilizados 1325 inquéritos, dos quais 1137 de burla informática e 188 casos de contrafação de cartões. Destas investigações, a PJ já realizou 18 detenções (exatamente o mesmo número de pessoas detidas em 2012). “A situação está estacionária. A nível da contrafação, por exemplo, as melhorias na tecnologia ajudam a evitar mais fraudes, pois é muito mais difícil clonar cartões que juntam o chipao pin”, diz o inspetor ao DN.

Os números da UNCC indicam que, pela primeira vez desde 2010, diminuíram as fraudes com cartões bancários. Situação bem diferente ocorreu entre 2010e2012, anos em que as burlas informáticas aumentaram exponencialmente. Em 2010, dos 665 inquéritos, 497 foram de burla informática com dados bancários e 168 reportavam a contrafação de cartões; em 2011, dos 939 inquéritos, 234 diziam respeito à clonagem de cartões. O ano passado, ainda segundo os dados fornecidos pela PJ, houve um aumento significativo no número de inquéritos: dos 1670 casos investigados, 1326 dizem respeito a burla informática e 244 por contrafação de títulos equiparados a moeda. A facilidade na obtenção ilícita dos dados dos cartões é um dos alertas que deve ser tido em conta. Até porque poderão surgir pagamentos com o cartão em várias partes do mundo. “Muitas vezes quem usa os dados ilícitos não é a mesma pessoa que os conseguiu subtrair. Há, inclusivamente, canais privados e fóruns restritos que podem vender dados…” sustenta o mesmo responsável ao DN. Mas há formas mais prosaicas para aceder ilicitamente aos dados bancários: “É fundamental que não se perca de vista o cartão e ter atenção aos funcionários dos estabelecimentos onde eles são usados”, alude Álvaro Tomé.

Uma coisa é certa: “Que ninguém julgue que está cem por cento seguro quando utiliza a internet”, lembra, “sendo aconselhável escolher sites que tenham credibilidade ou criar cartões virtuais temporários.”

Grupos estrangeiros são os que mais clonam

mobilidade: O perfil de quem pratica ilícitos com dados bancários muda consoante o método. A clonagem está mais ligada a estrangeiros

São sobretudo as organizações criminosas com cidadãos estrangeiros que praticam os crimes de contrafação de cartões. De acordo com o chefe da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, Álvaro Tomé, trata-se de grupos bem organizados, em termos de liderança e operacionalidade, que conseguem atuar em vários países e têm fácil mobilidade para escapar às malhas da lei, usando muitas vezes moradas fictícias.

Globalmente as burlas informáticas com dados bancários são praticadas por pessoas mais jovens. “Nestas fraudes através da internet não temos encontrado muitas pessoas com mais de 40 anos. São situações mais raras. Este é um tipo de crime sobretudo na faixa etária entre os 20 a 35 anos.” Pessoas para quem a internet não tem segredos e que sabem usar todas as valências desta ferramenta global. Ora, tudo isto somado, acrescenta grandes dificuldades às autoridades judiciárias para que possam chegar aos autores da clonagem (crime público punível com pena de prisão até 12 anos). “Também há casos de grupos portugueses mas são, geralmente, mais pequenos.” Em Portugal, os progressos tecnológicos têm sido um aliado para a segurança do sistema bancário associado a cartões (de débito e de crédito) minimizando o risco de fraude mas tal ainda não ocorre, entre outros, nos países da América do Sul, nos Estados Unidos da América e em África. Razão pela qual as compras e pagamentos através da internet se tomam um alvo fácil para os criminosos que até chegam a usar os dados de terceiros em sites de pornografia. Há cuidados básicos e alternativas seguras.

A peça fica completa com alguns conselhos para evitar ter problemas com os nossos cartões:

DADOS

Usar sites seguros ou ter extremo cuidado em expor os dados confidenciais em qualquer site de compras ou em computadores de utilização pública.

CHIP

Tecnicamente a junção do chip com o pin trouxe benefícios acrescidos de segurança contra a clonagem. Ainda assim, nunca será demais confirmar os extratos bancários com’ os movimentos efetuados pelo titular do cartão.

POSSE

Atenção na utilização dos cartões por terceiros. Mas existem locais, alegamente seguros, que merecem vigilância: no trabalho ou em casa (caso se tenha empregados).

CARTÃO VIRTUAL

Temporariamente podem ser criados cartões para efetuar compras pela internet com plafond limitado.

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