ESPN consegue aumentos significativos com a transmissão das WSOP
A cobertura ao vivo da ESPN das World Series of Poker foi um sucesso na comunidade de poker, mas as audiências estão a provar que até espectadores comuns se estão a render às transmissões do Main Event.
Dizem os números que as 10 transmissões da ESPN2 atingiram 0.4 de rating, atingindo 415.000 telespectadores por episódio. E quando foi transmitido em horário nobre na ESPN os numeros surpreenderam ainda mais: 646.000 telespectadores. E isto sem contar com todos aqueles que assistiram à transmissão online, o que se traduz em 23 milhões de minutos consumidos pelos espectadores.
Doug White, Director Sénior de Programação e Aquisição da ESPN, mostrou-se muito satisfeito com os números em geral. "Gostamos do programa da perspectiva da produção e das audiências. De facto, estes programas superaram a média habitual nas madrugadas, com um aumento de 136%. Era algo que o desporto precisava para dar o passo em frente. Não queremos que o poker fique estagnado. Queremos uma cobertura progressiva e fresca, seja ao melhorar as características das mesas de televisão seja ao aumentar as análises no ar, por exemplo."
Ao longo dos últimos anos, a maior parte do poker na televisão tem resultado da compra de tempo por parte das salas de poker online. Na maior parte dos casos, a sala compraria tempo de antena, a maior parte das vezes de madrugada, criaria o seu próprio programa e a publicidade era agressiva. Este tipo de programas tinha pouco apoio por parte das estações de televisão. De acordo com White, este não é o caso da ESPN.
"Acho que é muito claro que a ESPN tem um compromisso com o poker, desde 2003 e esperamos manter a boa e longa relação com a Caesars Interactive Entertainment. Acho que o nosso compromisso é evidente pelo número de horas que dedicámos às World Series of Poker."
AS WSOP tiveram uma presença alargada, quer no canal televisivo quer no site. Esfandiari foi um dos comentadores de serviço e um dos preferidos entre a audiência:
"Disseram-me para ser eu próprio e fazer o máximo de comentários possível. Foi muita pressão, porque tinha que especular perante milhares e milhares de pessoas as mãos dos outros jogadores e porquê. Felizmente, estive certo mais vezes do que estive errado. Senti-me lisonjeado ao ver uma série de comentários sobre mim, em que diziam que eu devia ter acesso às hole cards. Na realidade não tinha, por imposição da Nevada Gaming Commission. É a beleza da televisao ao vivo e eu espero que continue a crescer nessa direcção."
Olivier Busquet, companheiro de Esfandiari nos comentários, foi também muito elogiado pela sua capacidade de transformar o "palavreado" do poker, que pode por vezes ser complicado em vocabulário interessante e que qualquer um podia entender.
"É suposto eu cativar a audiência. Eu não queria estupidificar o jogo ou a estratégia para ninguém. Os maiores fãs do poker com certeza apreciaram, mas até os amadores puderam retirar algum valor: ou se divertiram, de um ponto de vista de entretenimento, ou se aperceberam pela primeira vez, quão complexo é o jogo. Não é um jogo qualquer baseado na sorte e jogado por degenerados e nós não devíamos ter medo de afirmar isso em público."
Tanto Esfandiari como Busquet perceberam que esta podia ser a oportunidade que o jogo estava à espera para poder evoluir e esperam que cada vez mais eventos possam ter esta cobertura no futuro.
"Isto tem potencial para se tornar grande. As pessoas não deviam usar patches apenas da Full Tilt ou da PokerStars mas também de marcas como a Nike ou a Adidas. E com a abordagem certa isso poderá acontece." Diz Busquet.
A Black Friday lançou uma sombra sobre os November Nine que, ao contrário dos anteriores, dificilmente terão direito a acordos lucrativos e milionários das salas online, mas também influenciou a publicidade que estará associada às transmissões da ESPN.
As transmissões na ESPN arrancaram na noite passada com os Grudge Matches, que colocaram frente a frente Johnny Chan vs. Phil Hellmuth e Sam Farha vs. Chris Moneymaker.