Resumo WSOP de Naza114: "Talvez não fosse o meu ano... Mas ainda havia tempo."
Estas foram umas World Series of Poker marcantes para o poker nacional, ainda mais para João Vieira. E por isso mesmo não nos podia escapar o resumo WSOP de Naza114.
Até alcançar a glória, com a vitória no evento #83, o madeirense não estava a ter grandes resultados nestas World Series. Aliás, estas estavam a ser umas World Series bem abaixo do seu habitual. O próprio jogador da Team Winamax admite que chegou a pensar que "talvez não fosse o meu ano. Talvez fosse mais um momento que fica entalado e faz o fogo arder".
Contudo, a vida de um jogador de poker de topo é uma maratona, e numa maratona há que ter a força, a resiliência de lutar até ao último metro, ou recorrendo ao basquetebol (que Naza114 praticou a nível profissional), há que ter força e cabeça para lutar até ao último segundo.
Mas, talvez não. Ainda há tempo. Buzzer beater. Reggie Miller recuperou 11 pontos em 31 seg uma vez. Eu sei, não sou o Reggie. Mas tenho sangue Madeirense e cresci no Bairro. Se for para perder, vou sair esperneando.
O resto é história, história para Naza114 com a sua segunda bracelete, história para o poker português.
Eis o resumo completo das World Series of Poker 2022, de João Naza114 Vieira:
World Series of Poker 2022
8 dias depois, já tive algum tempo para descansar e processar 49 dias muito intensos de competição. É isto que queria partilhar:
Estas foram as WSOP que cheguei melhor preparado. Senti-me muito confiante ao ir para Vegas. EPT Mónaco tinha sido muito bom, embora sem resultados. Muitas peças do Puzzle foram encaixando nos meses anteriores, muitos next-level moments. 2021 senti-me um farrapo e fiz 5 FTs. Agora estou forte. Este pode ser o ano.
14 de Julho. Faltam 4 dias para acabar e só tenho para mostrar Qualidade, Esforço e Profissionalismo. Mais nada. Nem uma FT.
Normalmente, só isso importa. Tentar jogar pa caralho todos os dias, e os resultados eventualmente aparecem. Mas, isto são as WSOP. Quero resultados AGORA. Deixo as vitórias morais para outros! Mas, talvez ia ter que engolir o sapo.
Talvez não fosse o meu ano. Talvez fosse mais um momento que fica entalado e faz o fogo arder. Talvez.
Mas, talvez não. Ainda há tempo. Buzzer beater. Reggie Miller recuperou 11 pontos em 31 seg uma vez. Eu sei, não sou o Reggie. Mas tenho sangue Madeirense e cresci no Bairro. Se for para perder, vou sair esperneando.
‘Posso apanhar na boca, mas vou acertar um.’
Entrei no torneio bravo: ‘Se calhar devias descansar mais. Se calhar perdes muito tempo nos Mixed. Se calhar isto, se calhar aquilo.’
Se calhar, mas se calhar ainda ganho um. Deixa o vento virar, e vamos ver.
E se virou! O baralho acertou-me na testa. As decisões eram fáceis, li bem os spots, os coolers eram só a meu favor. Deep Run montada. Sou Chipleader pre-bubble. Time to shine!
E nestes momentos, o trabalho esconde o talento.
A Deep Run montou-se por muito trabalho e esforço. Mas o título, pelo menos este, veio pelo talento.
Foi um End Game de sonho. Usei a caixa das ferramentas todas. Estava Confiante. Dominante. Presente. Calmo.
E a alegria na entrevista não vinha do score ou do título. Não era isso.
Vinha da Performance. De sentir-me muito feliz, plenamente satisfeito, porque deixei 100% de mim la dentro! Tal como tenho dado 100% de mim no Poker. E valeu a pena.
‘Tudo vale a pena, quando a alma não é pequena.’
Se ainda não viste a entrevista, a entrevista da alegria de todos nós, aqui está ela:
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