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Imperador aguenta a pressão

A poucos dias da estreia pelo Benfica na liga portuguesa, o coração de Júlio César continua a bater ao ritmo de sempre. Tranquilo e mentalmente forte, o guardião que Jorge Jesus está a preparar para defrontar o Setúbal não é homem de grandes nervosismos. Quem o garante é Acácio Barreto, antigo guarda-redes da selecção brasileira que há apenas cinco anos descobriu o Imperador por meio de um... DVD. "O Júlio César alinhava nos juniores do Paraná Clube. Eu era o treinador de guarda-redes do Botafogo, e mostraram-me um DVD dele. Vi, gostei e trouxe-o para o Botafogo. Era bastante jovem, mas vi logo que tinha um grande potencial", conta Acácio, agora no Vasco da Gama.
Se, aos 18 anos, Júlio César já tinha um sangue-frio assinalável, agora, aos 23, só pode ter melhorado. "O mais importante para um guarda-redes é estar mentalmente forte e equilibrado. E ele tem essas características. Os adeptos do Benfica podem estar descansados que ele não vai sentir a estreia", conta Acácio, guardião que construiu a fama nas 11 épocas em que vestiu a camisola do Vasco da Gama. Chegou a representar o escrete no Mundial de 1990, em Itália, e depois disso alinhou em Portugal, no Tirsense e no Beira-Mar. Acácio conhece a realidade do futebol português e sabe que Júlio César não corre grandes riscos. "Podia ser um jogo entre o Benfica e o FC Porto que ele não ia acusar a pressão. Não vai ficar nervoso, de forma nenhuma, até porque aos 18 anos já ele era um goleiro com muita personalidade. E esse é o principal requisito para um guarda-redes. É uma posição em que um homem se sente solitário no meio de milhares de pessoas. Há jogadores que tremem, que sentem muito o jogo, mas com ele eu tenho a certeza de que não vai acontecer isso", conta Acácio, deixando, por intermédio de O JOGO, uma mensagem para o guardião que vai substituir Roberto: "Júlio, importante é você ter consciência do grande goleiro que é e saber que as coisas vão correr bem, porque você tem capacidade para isso."
Colega de equipa no Botafogo foi Pena, avançado que chegou a jogar no FC Porto. Para o compatriota, Júlio César "não vai acusar qualquer nervosismo", pelo menos... depois de o árbitro apitar: "É um sonho jogar numa grande equipa europeia. Ele está a realizá-lo, por isso nervosismo é só mesmo até o jogo começar."
Opinião idêntica tem alguém que lhe acompanhou os primeiros passos em Portugal, no Belenenses. Silas lembra que Júlio César foi lançado às feras aos 29' de um jogo com o Marítimo sem acusar "qualquer pressão". Diz tratar-se de uma pessoa "pouco extrovertida", mas, apesar disso, com "boa relação com todos os colegas".
FonteOJOGO