PokerPT.com

Vários/

Inferno foi porta para a glória

Chamarem paraíso ao Celtic Park é uma forma de expressão, mas bem que o Braga pode juntar-se a quem pensa assim. Durante uma semana, o estádio dos "católicos" foi sendo apresentado como um autêntico inferno para os adversários e se a analogia não anda longe da verdade, o resultado final dessa fama, apesar da derrota, não deixa de ser amplamente favorável ao Braga, que ontem garantiu a passagem ao play-off da Liga dos Campeões.
Não foi nada fácil para o Celtic vencer, ainda que esta ideia prevaleça mais pelo que aconteceu na primeira parte. Antes do intervalo, o Braga foi perfeito. Defendeu bem à frente, resolveu com calma os ataques do Celtic e, acima de tudo, atacou bem e com rapidez. O tridente formado por Alan, Paulo César e Matheus nunca deixou a defesa escocesa descansada, dando o trabalho que ela menos aprecia: o futebol rápido e com a bola trocada ao nível do relvado. O golo de Paulo César é o ponto alto do melhor momento do Braga no jogo, mas não o único episódio de uma exibição que merecia, poventura, mais do que a derrota tangencial. O domínio da primeira parte foi do Braga. Domingos não quis a equipa demasiado encostada à sua área e por isso Andrés Madrid e Leandro Salino jogaram mais na frente do que Vandinho, esse sim o único dos médios a portar-se como um tradicional trinco. Resultado: o Celtic não tinha sequer espaço para "chutar" as bolas para a área do Braga e muito menos alas que pudesse explorar. Sinal desta inesperada tendência do jogo, o facto do Celtic só ter criado real perigo já o árbitro se preparava para apitar para o intervalo.
A segunda parte foi menos surpreendente e por isso obrigou o Braga a um enorme esforço, até porque o golo do empate chegou cedo, logo aos 45 minutos, e ainda que o Celtic necessitasse de mais quatro golos, foi necessário um esforço suplementar para que os jogadores "católicos" não despertassem em demasia o 12º jogador, o extraordinário público que voltou a fazer do Celtic Park um dos estádios míticos do futebol mundial.
No campo, o Braga demorou a perceber as consequências da entrada de Fortune, um possante avançado que não foi engrossar o lote de pontas-de-lança - já lá estavam Hooper e Samaras -, mas colocar-se no lado direito do ataque. Elderson viu-se então em dificuldades e foi mesmo pelo lado do defesa-esquerdo que passou o cruzamento que Hooper aproveitaria para fazer o empate.
Com o jogo empatado e os adeptos finalmente do lado do Celtic, o Braga foi obrigado a corrigir posicionamentos - o mais notório, o de Paulo César, que desceu quase para defesa-esquerdo -, mas, mais do que isso, a apelar ao tal espírito de sacríficio de que Domingos Paciência falara no dia anterior. O Celtic carregou e muito, abusou da presença de jogadores dentro da área, mas o máximo que conseguiu foi o golo que lhe serve de fraco consolo. Juarez, que nem é grande, fez o 2-1, insuficiente para que o Braga perdesse o direito de amanhã estar no sorteio da play-off da Liga dos Campeões.
Fonte OJOGO