Selecção Nacional - Portugal bate Camarões por 3-1
A Selecção Nacional despediu-se da Covilhã da maneira que aquela bela cidade mais merecia, com uma vitória por 3-1 sobre os Camarões e uma exibição que deixa os portugueses com esperança de uma boa campanha no Mundial'2010.
Depois do empate com Cabo Verde, com uma exibição muito cinzenta, Carlos Queiroz queria ganhar, jogar bem e não ter nenhum jogador lesionado. Tudo foi conseguido, naquele que foi o derradeiro teste antes da viagem para a África do Sul. Um bom ensaio, tendo em conta que esta selecção dos Camarões também vai estar no Mundial, e tem um poder futebolístico muito semelhante ao da Costa do Marfim, primeiro adversário no Campeonato do Mundo.
Para conseguir aquilo que pretendia, o seleccionador nacional introduziu algumas alterações relativamente ao jogo com Cabo Verde. Duda surgiu no lugar de Fábio Coentrão, Raul Meireles rendeu Miguel Veloso e Simão ocupou a vaga de Nani. Tudo isto resultou numa equipa mais experiente e mais concentrada. Mostrou ser mais equipa. Fruto, aliás, dessa maturidade, o início do jogo foi algo sonolento, pausado, com poucas oportunidades. Os portugueses estudavam o adversário, tentando não ser surpreendidos atrás e procurando a melhor maneira para desequilibrar no ataque.
Com o jogo algo morno, Cristiano Ronaldo teve um início inconformado, com alguns lances que bem podiam ter resultado em golo, mas Kameni parecia conhecê-lo bem. Portugal não marcou em lances individuais, mas chegou ao golo num lance colectivo, com a asa direita a funcionar em pleno. Paulo Ferreira e Simão fabricaram o lance, concluído por Raul Meireles.
Logo a seguir ao golo, a selecção dos Camarões passou a jogar com menos um. Eto'o teve uma entrada violenta e foi expulso, deixando a equipa a jogar com menos 10, numa altura em que parecia sem capacidade para contrariar o maior favoritismo de Portugal. Coesa defensivamente, a Selecção Nacional dava mostras de ser capaz de igualar o recorde de oito jogos sem sofrer golos, até porque Eduardo provou, mais uma vez, que está cada vez mais forte, inclusive a sair aos cruzamentos.
Portugal entrou para o segundo tempo com diversas mexidas na equipa. Carlos Queiroz quis ver outros jogadores e no final ficou a saber que tem ali matéria-prima de qualidade. Se Duda tinha estado muito bem na primeira parte, seguro a defender e bem a lançar a equipa para a frente com passes longos e certeiros, Fábio Coentrão entrou bem no jogo, oferecendo alguma imprevisibilidade à equipa. Já no ataque, Nani rendeu Simão e até marcou um belo golo, depois de o extremo do Atlético de Madrid também ter realizado uma boa exibição. A luta entre estes dois promete, e com isso ganha a equipa, isto porque no outro flanco está Cristiano Ronaldo. O capitão bem tentou, mas ontem muitos lances não lhe saíram bem, acabando por realizar uma exibição apagada. As expressões de desagrado que fazia demonstravam isso mesmo. Apesar disso, continuava a haver alegria no ataque. Com Hugo Almeida no banco, Danny dinamizou o jogo, trocando constantemente de posição com Nani e o CR7. Disso resultaram inúmeras jogadas na área que confundiram os movimentos dos Camarões, uma selecção que parece ter uma defesa com algum défice de qualidade. A falta de marcações do adversário foi aproveitada por Raul Meireles para subir pelo flanco esquerdo e marcar o segundo golo.
A vencer por 2-0, Carlos Queiroz mexeu ainda mais na equipa. E se a dinâmica ofensiva continuou, no sector defensivo começaram a aparecer alguns problemas. Os Camarões ameaçaram em algumas ocasiões, reduzindo o marcador aos 69 minutos, num lance em que Webo apareceu bem na área e cabeceou vitoriosamente. E lá se foi o recorde defensivo, deixando frustrados os portugueses. Eduardo foi o primeiro a incentivar os companheiros, e os lances junto à baliza de Kameni prosseguiram. Até nesse aspecto o golo pareceu um tónico importante. Não só lançou o aviso para os próximos jogos como provou que psicologicamente a equipa está bem. Prova disso foi a alegria que manteve no ataque. Num dos últimos lances, Nani marcou um belo golo, com um chapéu perfeito a Kameni, e minutos depois foi a vez de Danny falhar um golo que parecia certo.