Andebol - FC Porto conquista campeonato nacional
Há desfechos que não deixam dúvidas nem aos mais cépticos. É o caso deste campeonato ganho pelo FC Porto, o 15º da seu historial, o sexto desde que quebrou o enguiço de 31 temporadas sem ser campeão, em 1998/99, ou seja, nos últimos 12 anos.
É um bicampeonato ganho com uma supremacia incrível, não só patente nos números de ontem - vencer em Braga por 37-25, se não é recorde, não deve andar longe - como nos globais: os dragões são campeões, quando ainda falta jogar três jornadas; só não ganharam, imagine-se, ao Sporting da Horta (derrota no Faial e empate no Dragão); têm 24 vitórias em 29 jogos; e chegaram ao final da fase regular com o melhor ataque e a melhor defesa.
Numa equipa de onde tinham saído Eduardo Filipe e Manuel Arezes, dois pilares defensivos e um elemento atacante fundamental, a chegada de Ljubomir Obradovic ao Dragão foi recebida com estupefacção e acentuou as dúvidas quanto à capacidade de resposta dos portistas. Muito provavelmente, tirando os dirigentes azuis e brancos ninguém acreditava nas qualidades do sérvio responsável pelo último título conquistado pelo Belenenses (1993/94).
Foi sob um clima de suspeição e desconfiança que os dragões começaram a época, sendo afastados na Liga dos Campeões e sofrendo duas derrotas logo nas segunda e terceira jornadas do campeonato. A maioria céptica achava então ter razões para fundamentar a sua teoria.
No entanto, a partir daí o FC Porto arrancou para uma caminhada impressionante, assinando 19 jogos sem perder e que só não foram 19 vitórias devido ao já referido empate que o Sporting da Horta arrancou no Dragão a 32 golos, depois de ter estado a perder por 30-23.
A entrada na segunda fase deu-se com quatro pontos à maior - que já se transformaram em sete, mesmo com um percalço no recomeço, uma derrota no Restelo. O certo é que os dragões somaram ontem a quinta vitória nesta fase final, alcançando também a quinta vitória da época sobre o ABC em outras tantas partidas...
Os dragões sabiam que o bicampeonato estava à distância de três pontos, e o ABC, que não teve Eduardo Ferreira (lesionado) e Tiago Pereira (castigado), nunca encontrou forma de parar o verdadeiro rolo compressor em que o FC Porto se transformou, com a sua defesa de ferro e uma ataque veloz a decidirem depressa um jogo sem história.