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Zumy, The Maniac Hurricane

O final do Heat 5 do PokerStars World Cup of Poker tem um sabor “agri-doce”, palavras de Greg Raymer, para todos os portugueses. O sonho terminava da maneira mais inesperada.

O dia começou com o Heat 4, com Luís “Guto” Freitas a defender as cores nacionais. Com uma postura conservadora, seguiu instruções da equipa e geriu a sua posição e stack de forma a somar o maior número de pontos possíveis e evitar uma eliminação precoce. Aos poucos os jogadores foram saindo e Guto manteve a sua calma. Após um timeout, requerido pelo Capitão Spxdes, Guto entrou em modo pressure e alterou o estilo de jogo, assumindo a postura desejada pela equipa. Começou a roubar blinds, pressionar stacks dos adversários e a sua própria stack foi subindo. Quando se encontrava Under The Gun recebe , vai all in e Tyler Netter, um dos maiores profissionais da PokerStars, pois passa grande parte do ano nos lugares de topo da Tournament Leader Board, faz call com . Um no flop foi suficiente para arruinar a progressão de Guto que terminou em 5º lugar, acumulando 5 pontos para a equipa portuguesa.

A Selecção sabia em antemão que resultados teriam de alcançar para passar às finais. Teriam de eliminar os EUA numa posição inferior a 5º e pontuar mais que a Islândia, Alemanha e a Irlanda. A estratégia montada passava por uma agressividade acima da média e atacar sempre a stack de Shaun Deebs, o jogador americano.
Nuno “Zumy” Coelho começou a distribuir magia, agressivo, provocador e ditador da mesa. Ele mandava e arruinava.
Logo nas primeiras mãos o jogador da Roménia era eliminado, não prejudicando as contas mas indirectamente colocava os EUA com mais um ponto. Os poucos portugueses a apoiar faziam a festa e puxavam por Zumy como nunca, sendo a claque mais barulhenta de todo o evento.
Na última mão antes de jantar Hector Rodriguez, do México, lança uma ficha de 500 sem anunciar raise e ficou decidido call. Zumy no cut off faz call com . O flop sai . O mexicano dispara 300 e Zumy faz call. Sai um onde Zumy manda 500 e o Mexicano faz raise para 2000. Zumy vai all in e recebe call. O mexicano mostra e estava drawing dead. Zumy tinha o straight e o flush draw. O river ainda saiu uma espada para confirmar a delapidação da stack do Mexicano que ficou reduzido a 420 fichas.

Logo de seguida há o intervalo de jantar onde Zumy e Spxdes não se juntaram à equipa. Decidiram ficar a ver a transmissão online e discutir a estratégia a seguir.

Nas primeiras mãos após o jantar, com os EUA na nossa mira, Zumy coloca Deebs all in e este faz call virando contra o de Zumy. A board trouxe e o americano dobrava à custa de Zumy. Este foi o ponto fulcral de todo o torneio, quase consumando a eliminação de Portugal da prova.

Zumy continua a acção desenfreada e quando Mick McCosley vai all in, o mexicano decide fazer call e Zumy com faz call com o intuito de triplicar a stack do Mexicano, colocando numa mão superior à sua. Tal não foi verdade e a board também não facilitou. Logo no flop Zumy ficou em flush draw com um par. O turn trouxe um “maldito” que ditava a vitória na mão, a eliminação de 2 jogadores e, por si só, a eliminação de Portugal da final do World Cup of Poker. Com esta situação, os EUA já pontuavam o suficiente para ser impossível, mesmo com a nossa vitória, a qualificação para o dia seguinte. Apesar do desgosto sentido por todos os membros, Zumy não ficou abatido e continuou a mandar na mesa.

Depois de muita pressão, raises e re-raises, Zumy acaba em Heads Up com o jogador da Islândia. Um , com slow play à mistura, foi suficiente para o islandês colocar-se all in num flop de carta mais alta. Estava em flush draw mas o aguentou-se e Zumy garantia os insuficientes 15 pontos de primeiro lugar e os $5.000.

Apesar da derrota/vitória, Nuno Coelho sai do WCP com a alcunha de Maniac e Hurricane, atribuídas pelos comentadores da PokerStars que o consideraram “o mais louco jogador de Poker do planeta”. Foram inúmeros os elogios que vieram na direcção de Zumy, na Internet com toda a comunidade rendida ao nível do seu jogo e a aplaudir, mas também localmente por Lee Jones, Greg Raymer e especialmente por Daniel “Kid Poker” Negreanu. De certeza que este vídeo vai ficar gravado na memória de muitos portugueses, em especial de Zumy e de toda a equipa portuguesa.

Para o ano estamos cá, para levar o caneco para casa.

Good game, Portugal.