Ajustes de estratégia a meio de uma mão, por Johan Storakers
Muitas das vezes em que estás envolvido numa mão de poker, estarás a pensar sobre quais as decisões que vais tomar antes de as tomares. Por exemplo, se deres call a um raise com , pensarás para ti mesmo: Ok, se fizer top pair, vou jogar esta mão. Se tiver um gut-shot e duas overcards, vou jogar esta mão. Se ficar open-handed e com duas overcards, vou jogar esta mão. De outra forma, vou largá-la.
No entanto, haverá algumas vezes em que acontece algo que te faz alterar a estratégia a meio da mão. Talvez o teu adversário faça uma aposta fraca que te dê informação que mereça a pena utilizares em teu proveito. Ou talvez ele faça uma aposta no river que te pareça uma value bet e te convença a foldar uma mão com a qual planeavas fazer call.
É sempre bom entrar numa mão tendo um plano, mas é essencial que estejas disposto a mudá-lo se a situação assim o exigir. Cada mão requer que reajas consoante as tuas cartas e as cartas da board, mas é igualmente importante que tenhas em conta o teu adversário e as suas tendências.
Eis uma mão que joguei recentemente no EPT de Dortmund, onde terminei em 4.º lugar. Era já tarde no Dia 2, estava relativamente short stacked há algum tempo e fazendo shove ocasionalmente com mãos decentes, mas ainda não tinha feito um bluff a sério no torneio. Estávamos 8 jogadores na mesa e o jogador na segunda posição da mesa fez um raise muito pequeno - para 8.500 com as blinds a 2.000/4.000 e ante de 500 - e foldou toda a gente antes de mim, que estava na small blind com . Tinha cerca de 70 mil fichas e sabia, de certeza, que não ia largar um par de mão nesta situação.
Decidi fazer call em vez de raise, sabendo que a Big Blind ficaria com odds para dar também call, e ele assim fez. O flop veio . Eu estava, obviamente, à espera de fazer um set no flop ou, talvez, que viesse algo como ou e aquele flop não era, de todo, bom para a minha mão, pelo que fiz check. A Big Bling fez também check. E o raiser inicial fez o que me pareceu ser uma aposta muito fraca: 12 mil num pote de 29.500 fichas.
Eu estava bastante seguro de que ele não tinha um Ás e, provavelmente, não teria qualquer espécie de par. Pareceu-me que ele tinha uma mão como ou qualquer coisa nesse range. Portanto, quando ele apostou 12 mil, eu considerei todos os factores – a minha leitura dele, a minha imagem tight e o tamanho da minha stack. Decidi fazer re-raise para mais 21 mil, representando, talvez, um Ás fraco e que me tinha comprometido com o pote (ainda assim, na realidade, não estava comprometido e iria foldar para um re-raise, ficando com cerca de 30 mil fichas).
A Big Blind foldou e, depois de pensar um longo período de tempo, o raiser inicial foldou também. Simplesmente, ele teve de acreditar que eu tinha uma verdadeira mão e que não a largaria para um re-raise.
Esta foi uma situação na qual eu não pretendia, de todo, comprometer muitas fichas se não tivesse um flop favorável, mas ajustei a minha decisão baseando-me na acção do meu adversário no pós-flop, acreditando que tinha chegado o momento certo para fazer um movimento. Prepara-te para ajustares o teu plano e darás por ti a ganhar fichas que, de outra forma, seriam empurradas para outro jogador qualquer.
Este artigo tem o patrocínio da Full Tilt Poker.
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