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Ex-participante de Poker Night in America acusa Nolan Dalla de assédio sexual

Jaclynn Moskow é a queixosa, num caso que supostamente remonta a 2014, e que só agora foi tornado público. Segundo Moskow, Nolan Dalla terá encostado a sua cara aos seios de Moskow, e um cameraman também a terá tocado de forma inapropriada.

Moskow, que chegou a participar no programa Poker Night In America, acusa ainda o anfitrião do programa - Chris Hanson, de comentários anti-semitas.

Segundo Moskow tudo se terá passado em Novembro de 2014, aquando das gravações para Poker Night in America, no Rivers Casino de Pittsburgh. Gravações nas quais Moskow participou depois de ter contactado a produção do programa pedindo para ser convidada.

Foi no passado 25 de Maio, que Moskow decidiu tornar a história pública, num extenso texto que podem encontrar aqui. Sobre as acusações fazemos a seguir um breve resumo:

Fui a um encontro do cast, num bar próximo do casino, onde estavam a gravar as entrevistas pré-jogo. Quando me aproximei de Todd Anderson (criador e produtor do programa) as suas primeiras palavras foram: "Porque é que estás aqui? O Nolan teve alguma coisa contigo?

Nessa mesma noite, Moskow tem mais razões de queixa:

Além da minha experiência com o Anderson, parecia que o resto da equipa era composta por boas pessoas e tentei dizer isso ao Hanson (n.d.r. Chris Hanson, anfitrião do programa). A resposta dele? Olhou-me nos olhos e disse textualmente: "o que faz do Poker Night um óptimo programa é o de não ter judeus. Todos os outros programas na Tv têm judeus."

Moskow que é judia, não acreditava no que lhe estava a acontecer, e estava apenas no primeiro dia. No dia seguinte Moskow teve a sua prometida estreia em Poker Night in America, uma estreia na qual teve de passar largas horas do lado de fora à espera de vaga na mesa. Aliás Moskow começou a jogar no arranque, mas apenas para preencher a vaga de Gavin Smith que estava atrasado. Jogou os primeiros 30 minutos e depois passou horas à espera.

Eventualmente, um jogador não quis jogar mais e eu consegui entrar para jogar as últimas 3 horas daquele dia. Nesta altura eu estava a jogar com um autocolante da Red Chip Poker, que tinha usado todo o dia (muitas pessoas do programa usam autocolantes de várias empresas relacionadas com poker). Pouco depois de me sentar, o Anderson dirigiu-se rapidamente ao meu lugar, incrivelmente irritado, e ordenou que eu retirasse o autocolante. Retirou-me da mesa e gritou-me à frente de todos os jogadores, equipa e o público que estava a assistir ao vivo.

A jogadora voltou ao casino no dia seguinte, participando em duas das oito horas de gravação.

Após a gravação, o Dalla pediu-me desculpa e disse que "não me tinham tratado bem" e para compensar, podia participar em gravações futuras na Flórida, jogando todas as 8 horas. Inocentemente acreditei nele. Por isso, e com as gravações concluídas, fui convidada pelo Chris Capra, representante da 888poker.com, a participar na festa pós-gravações, num bar local naquela mesma noite. Apesar de a última coisa que eu queria fazer era passar mais tempo com aquela gente, o Capra falou na possibilidade de a sua empresa me patrocinar, como fazem com a Jessica Dawley, por isso senti que tinha de aceitar qualquer convite que ele me fizesse.

Não querendo estar no bar e muito desapontada com toda a minha experiência em Pittsburgh, decidi que ia confrontar várias pessoas. Primeiro aproximei-me do Hanson. Disse-lhe "Hey, lembraste de no outro dia teres dito que este programa só era bom porque não tinha judeus?" Ele disse que sim, e eu disse-lhe que eu própria sou judia.

Depois de falar com o Hanson, decidi que o Dalla seria o seguinte. Fiz-lhe saber que o Anderson me tinha perguntado se eu estava ali porque "tinha tido algo com ele". Esperava que ele me pedisse desculpas, ou que confirmasse que eu estava ali por ser uma jogadora de cash games. Fiquei estupefacta quando ele respondeu "Eu sei". Depois disse às pessoas que estavam próximas "Hey, vejam isto! Há muito que queria fazer isto". De seguida ele colocou a sua cara no meu decote e abanou a cabeça repetidamente. O Capra observou isto enquanto apoiava o Dalla, ao lado de um membro da equipa de cabelo comprido, chamado Mike. Antes disso o Dalla tinha feito um brinde com a equipa. Depois de me tocar no peito, ele colocou o braço no meu ombro e sussurrou-me ao ouvido "eu ia dizer algo muito mau sobre ti durante o brinde, mas decide não o fazer, porque provavelmente estás sempre a ouvir esse tipo de coisas". Sim, o Dalla é um homem tão nobre que em vez de me humilhar publicamente perante 100% da audiência, com as suas palavras, preferiu tocar-me de uma forma que em termos legais seria considerado assédio sexual.

O texto continua com Moskow a falar de posteriores participações em Poker Night in America, mais propriamente em episódios Ladies Night, onde diz ter sentido o mesmo mau-humor de Anderson, em relação à sua presença. E fala de uma suposta oferta de $15,000, já este ano, por parte da Rush Street Gaming (empresa produtora do programa), para que assinasse um acordo de confidencialidade sobre o caso.

Nolan Dalla reagiu no dia seguinte, através do fórum Twoplustwo, uma resposta também longa e detalhada com os diversos emails trocados entre Dalla e Moskow.

Uma declaração onde Dalla se recusa a pedir desculpas:

A Jaclynn Moskow fez alegações muito sérias contra mim e o staff de Poker Night in America. Fiquei muito triste e preocupado com as acusações. E fiquei assim porque para mim as matérias de assédio e racismo são muito sérias e lutei a maior parte da minha vida contra estes males. Se as acusações fossem de alguma forma verdade, eu seria o primeiro a assumir responsabilidade pessoal e pedir desculpa pelos meus actos. Se fossem verdade, de alguma forma, eu também pediria desculpa à Menina Moskow.

Contudo, uma vez que não são verdade, não são verdade de forma alguma, não vejo razões para pedir desculpas. Mas, dada a seriedade das acusações, acho apropriado abordar as acusações aqui em público.

Dalla passou a explicar todo o processo de escolha de Moskow para participar nos episódios de Pittsburgh, e abordou o suposto assédio sexual:

Tenho muito boa memória dos meus momentos mais embaraçosos, e como qualquer outra pessoa, tive alguns. Ok, mais que alguns. Mas as terríveis acusações feitas pela Menina Moskow são tão ridículas e tão fora da minha personalidade que francamente, nem sei como as abordar. Primeiro, nunca tinha ouvido falar no termo "motorboarding". Com todo o respeito para com a Menina Moskow, não há nada que ache atraente nela, e alegar que eu tentei assediá-la e de forma tão pública é algo que nego por completo. Tristemente, não consigo provar que não aconteceu. Mas posso suportar-me nos meus 25 anos de poker e a minha vivência com centenas de jogadoras de poker, talvez milhares, ao longo dos anos, que sempre conduzi com profissionalismo.

Dentro do bar, rodeados de dezenas de pessoas nada se passou que não fosse o n
ormal entre mim e os presentes naquela noite. Como em qualquer outro bar, tenho a certeza que se bebeu e as pessoas divertiram-se. Contudo, nessa mesma noite fiz um brinde a um membro do staff que tinha falecido no mês anterior (o seu nome é Joe Sartori). Todos tivemos um momento de silêncio em sua honra, o que foi muito bonito. Qualquer pessoa que tenha estado no bar naquela noite, deve lembrar-se que o objectivo daquele brinde era homenagear o Joe. Contudo, não sei como, leio agora as acusações da Menina Moskow que insiste em dizer que o brinde foi dedicado a ela, e que de alguma forma ela foi desafiada publicamente. Isto não é verdade e a sala estava cheia de pessoas que se lembram que fizemos o brinde pelo Joe. Francamente, estou enojado com o facto de a Menina Moskow pensar que aquele momento solene tinha a ver com ela, ou que as palavras ditas durante o brinde tinham alguma coisa a ver com ela. Ela não tinha nada a ver com o brinde e não faço ideia do que está a falar quando faz acusações de eu ser sexista e/ou anti-semita.

Entretanto Jaclynn Moscow foi convidada por Joey Ingram, para participar no seu Poker Life Podcast:

E mais recentemente, a advogada e jogadora de poker Linda Kenney Baden, que participou nas gravações de Pittsburgh, anunciou que passa a ser a conselheira legal de Nolan Dalla e Chris Hanson neste assunto.

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