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A próxima vez que contares uma badbeat, lembra-te que estás a ser um pombinho

O Poker está em constante evolução mas continuamos a lidar com alguns dos mesmos dilemas de sempre: jogadores que só se lembram das badbeats que dão, jogadores que apesar de estarem a perder continuam a subir de nível para recuperar ou ainda fazer aquele 'setminingzinho' só porque até está a bater.
 
Descansem as almas, poderão encontrar aqui uma resposta para algumas destas questões pertinentes. Adianto já que tem algo a ver com Pombos...
 
São cada vez mais os estudos a analisar as mentes dos jogadores e a Warwick University do Reino Unido lançou recentemente um que cria um paralelo entre o cérebro das pessoas enquanto jogam no casino e o cérebro dos pombos na procura incessante de comida.
 
‘Gamblers are greedy bird-brains’ é a frase de abertura do comunicado publicado a 27 de Agosto. Em termos simples, humanos e pombos passaram por uma série de jogos de sorte ou azar que necessitavam de decisões de alto risco com grandes recompensas. 
 
Ambos os grupos de teste, quando colocados frente a um igual número de opções de alto-risco/grande recompensa e baixo-risco/pequena recompensas, tinham 35% de probabilidade de escolher o maior gamble mesmo tendo em em conta a existência de uma opção de baixo risco com pequena recompensa garantida. 
 
A experiência mostrou também que tanto humanos como pombos eram igualmente afectados pelos seus resultados recentes, ou seja, se ganhassem uma boa recompensa o mais provável era continuar a 'gamblar' com risco ainda maior. 
 
"Ambos os humanos e os pombos mostram ser mais propensos a arriscar com recompensas altas do que com recompensas baixas e tal está ligado às memórias e experiências nas decisões arriscadas", afirmou Dr. Eliot Ludvig, psicólogo da Warwick e autor de um novo estudo publicado esta semana no jornal Biology Letters.
 
"Quando jogam, as pessoas baseiam-se nas experiências com risco e recompensa para fazer decisões", explicou Ludvig. "O que encontramos neste estudo é que também os pombos se guiam pelas experiências passadas para as decisões de risco e recompensa. A nossa memória traz-nos mais rapidamente os ganhos grandes e são essas boas memórias que estão por trás da decisão de jogar novamente."
 
Ludvig conclui que “apesar dos pássaros terem uma relação distante com os humanos, partilham a mesma psicologia básica de correr riscos”, noutras palavras, "pressões evolutivas semelhantes".