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Visão do repórter Ricardo “Cacopt” Pinto sobre o PokerStars.com European Poker Tour Barcelona 2008.

Mais um momento histórico do Poker Nacional e o Pokerpt.com esteve lá para partilhar com toda a Comunidade. O que se vê nas imagens, quer fotos ou vídeo, é uma coisa mas viver o backstage é outra...

Na Quarta-feira, dia 10 de Setembro, foi um dia de correria. Ir para o aeroporto, manda malas, entra no avião, sai do avião, pega nas malas, siga para o hotel, deixa malas e siga para o Casino. Tudo non stop... Já estávamos um pouco atrasados, não sabíamos se havia algum português em jogo e, bem perto da entrada do casino, encontramos o LostLucky que nos disse que já tinha perdido. Ficamos um bocado de boca aberta mas não acreditamos e pressionamos até ele dizer que era brincadeira...

Entramos dentro do casino, fomos buscar as credenciais de imprensa e fomos a correr para a sala. E depois de muito procurar soubemos que não havia portugueses... Ainda assim havia trabalho para fazer e começamos a reportagem. Alguns famosos, jogadores da Mesa Final do Main Event da WSOP, etc...

Pela sala de imprensa, alguns problemas... O espaço da Sala Baccarat, onde está toda a gente, tem várias falhas. A circulação é complicada, a internet é miseravelmente lenta (wireless) e, apesar de haver bar aberto de bebidas não alcoólicas, uma vez por dia traziam uns bocadilhos. Para nossa tristeza, e à boa moda “catalana”, os bocadilhos, não interessa de quê, têm sempre tomate (em doses industriais) . Para quem gosta deve ser uma maravilha para quem não gosta, tá tramado e resta-lhe ir para a bar pedir hamburgers a €10 (estes até são baratos comparados com os hamburgers do Hotel Arts que custam €96)...

Mas apesar disso tudo, a camaradagem entre os Media EPT é algo incrível. A sensação de entrar numa sala onde toda gente conhece toda a gente e estamos lá todos para o mesmo, torna tudo mais fácil e o bom ambiente é constante.

O dia terminava e estava na altura de ir para o hotel descansar pois o dia seguinte ia ser duro.

Voltavamos no Dia 1B, a horas(!), e os nossos jogadores já prontos para começar. Roberto "Oversleep" Machado, Diogo "Segrob" Borges, Pedro "socioanonimo" Poças, Sérgio "chipserg" Bessa, Ricardo "Lostlucky" Sousa e João "Joaobarb" Barbosa, todos com um nervoso miudinho mas daqueles que dá gozo. No último momento, o Jomané decidiu não jogar e trocar a sua entrada pelo PCA nas Bahamas de 5 a 10 de Janeiro. Clever!

Ainda estou eu a montar arraiais e a colocar algumas informações no ar e entra o João Nunes a dizer que já havia portugueses fora. Mais uma vez interpretei como tanga e não liguei...

Até que aparece o Oversleep com cara de poucos amigos (para não dizer pior) e tive de acreditar. Siga partilhar com toda a gente o mais rápido possível e assim que o faço, ficamos sem internet...

Ou seja, vontade há, meios é que não... E para piorar, ficamos sem electricidade!

Colmatadas essas falhas, deu para trabalhar, subir vídeos (que demoravam mais de 20 minutos a ficar online) e tudo o resto.

Lostlucky ficava pelo caminho e 4 tugas passavam ao Dia 2. Isto queria dizer mais trabalho, mais “pressão” em 4 mesas, mais obrigação de saber informação e estar em vários sítios ao mesmo tempo... Para nossa sorte, o nosso amigo Caue Reis tomou a liberdade de nos ajudar. Arranjamos uma Media Bracelet e lá foi ele para o meio das mesas ver os momentos altos dos nossos jogadores. Só assim conseguimos ter acesso a tanta informação ao mesmo tempo. Desde já o meu obrigado, Caue.

O field geral era bom, jovem e completo mas faltavam algumas caras habituais como Gus Hansen ou Phil Ivey.

Dia 2, corridas de um lado para o outro, a internet falhava, a bateria do portátil acabava, etc... Tudo a dificultar mas lá conseguimos manter os membros informados.

O Bessa perdia mas mantinha a boa disposição e apenas ficavam 3 na luta.

Com o Caue junto das mesas chegava muita informação e sabíamos os movimentos quase todos dos tugas. E ainda dava tempo para tirar umas fotos à Frida...

O Segrob ainda teve a cortesia de “guardar” um ticket de jantar que estava numa mesa e assim fomos todos jantar. Desta vez deu para comer com calma, sem pressas e bem. E a sala era de fumadores... Que luxo!

Voltamos todos para as mesas e a tensão estava no ar. Andávamos à procura da bubble e Segrob era o mais short dos três. Era arriscar o tudo ou nada e desta vez deu em nada. O Diogo acabou por meter todas, ainda ficou em flush draw no flop, mas não bateu, e era eliminado, estávamos apenas com o Poças e o Barbosa e o dinheiro ali ao virar da esquina.
Por altura da Bubble, um dos bloggers da PokerStars sugeriu fazer uma pequena aposta. Quem quisesse entrar, participava com €5 e teria de dar um palpite sobre quantos minutos iria durar a bubble. Quase todos aderiram, incluindo o próprio Thomas Kremser e Gerad Serra. Ao todo foram 28 “crentes” e eu lá no meio.

Fomos para a sala ver o rebentar da borbuja, como dizem os nossos vizinhos, e não demorou muito. Felipe Ramos, um brasileiro que já teve algumas participações nos EPTs, acabava por sair nessa infeliz posição.

Pedro Poças e João Barbosa voltavam aos grandes resultados pois basta recordar que João Barbosa venceu o Unibet Open de Madrid onde recebeu €115.000 e Pedro Poças foi o vencedor da primeira etapa do Betfair Portuguese Poker Tour de Vilamoura onde encaixou mais de €17.000.

O Director Thomas Kremser passava a mensagem de que a Bubble tinha durado 11 minutos e chova o dinheiro aqui pó menino. €140, nada mau...

Com dois jogadores abaixo da média, foi apenas uma questão de tempo até terem de arriscar. Primeiro saiu o Poças com €12.400 no bolso e depois foi a vez de Barbosa com €14.900 para o lado de cá.

O torneio perdia algum interesse e os tugas foram quase todos para os cash games. Andavam uns boatos no ar de que andava lá um russo que era uma mina, ou melhor, um verdadeiro ATM. Que o diga o Lostlucky que foi jogar 50/100 com ele e Dário Minieri... Foi bonito de ver.

A partir daí era apenas cumprir calendário e manter o report dos momentos chave do dia 3. Era altura do voltar ao hotel, fazer a mala, dormir umas horas e regressar a Portugal.

Para primeiro EPT da época, acho que foi bastante positivo. Se não fosse a internet, a falta de comida e o facto de passarmos 4 dias numa cave, tudo teria sido perfeito. Mas não há torneios perfeitos. Há uns melhores que outros e este é sem dúvida um dos melhores.