Sheldon Adelson escreve artigo na Forbes a atacar o jogo online

Adelson é o presidente e CEO da Las Vegas Sands Corp., e mostra uma vez mais ser uma das maiores vozes contra o jogo online. Adelson quer mesmo que o governo federal dos Estados Unidos vote contra o jogo online.

O artigo original do promotor interessado na construção do empreedimento Eurovegas, foi publicado no site da Forbes e está disponível neste link, podem lê-lo traduzido a seguir:

O Jogo Online é Ouro dos Tontos

"Um click no rato e perdeste a casa" não é um slogan publicitário para os apoiantes do jogo online. Mas deveria ser.

Neste momento, várias legislações estaduais, incluindo os populosos estados da Califórnia e Pensilvânia estão a estudar propostas para a legalização do jogo online. Nevada, New Jersey e Delaware já aprovaram. O Congresso dos Estados Unidos também está interessado na questão, com várias propostas a serem apresentadas, tanto para expandir como para limitar o jogo online.

Como um líder da indústria, e mais importante como pai, avô, cidadão e patriota, oponho-me veementemente à legalização e proliferação do jogo online.

Seria de esperar que o presidente da maior empresa de jogo do mundo perseguisse qualquer área do jogo que lhe proporcionasse lucros, certo?

Por norma isto é verdade, mas o jogo online é o ouro dos tontos.

Seja um casino online, uma sala de poker apenas, ou algo pelo meio, isto é um desastre social que está ao virar da esquina.

Com a expansão do jogo na internet para o nível estadual, sugiro fortemente que o Congresso ou reescreva o Federal Wire Act, ou passe uma nova legislação para tornar ilegal o jogo online ao nível nacional.

Mais ainda, encorajo a dura aplicação das actuais leis que proibem as empresas de jogo online nas off-shore de conseguirem transaccionar com os cidadãos norte-americanos.

Os críticos clamam que tenho outros motivos para ter tão forte posição sobre o tema. Dirão que tenho medo de competir com este novo negócio ou que estou preocupado com os meus casinos físicos no Nevada ou na Pensilvânia.

Primeiro, as nossas populares marcas - como o The Venetian - seriam muito eficazes para competir neste mercado. Tendo começado mais de 50 diferentes empresas com sucesso durante cerca de sete décadas de carreira no mundo dos negócios, não tenho medo de competir com quem seja.

Segundo, as nossas empresas fazem o dobro do dinheiro com as atracções não relacionadas com o jogo, nos Estados Unidos, do que nas operações de casino. Por fim, quase todo o nosso lucro de casino vem do mercado asiático, onde o jogo online não existe e não será legalizado em breve, se for.

Mas mesmo que o impacto na minha empresa e nos seus negócios seja limitado, o impacto nos outros casinos comerciais, nos casinos dirigidos por nativo-americanos, pistas de corridas e outros poderá ser substancial e traduzir-se no seu fim.

Recentes pesquisas de vários países europeus mostram que a proliferação do jogo online começou por baixar o número de visitantes aos casinos físicos desses países em 20%. Este número irá ficar pior à medida que a dependência do jogo online aumente.

Os dados mostram também que, nos últimos dez anos, as receitas do jogo online na Europa subiram, em média, 26% a 28%. Entretanto, as receitas dos casinos físicos terá estabilizado ou até contraído durante o mesmo período de tempo, enquanto as previsões eram de um aumento de 5% a 10% ao ano.

Para resumir, o auge do jogo online chegou às custas dos casinos físicos da Europa.

O que é que esta informação indica para o futuro nos Estados Unidos? Para começar, a perda directa de 200.000 empregos na indústria do jogo e outros 200.000 empregos indirectos. São 400.000 empregos que se perdem nos casinos por toda a América.

Para além do impacto económico negativo, poderá haver consequências ainda mais nefastas.

O jogo online permite que qualquer pessoa, em qualquer lado, possa fazer apostas. Quando o jogo está disponível em todos os quartos, todos os dormitórios e todos os escritórios não há maneira de saber se cada aposta foi feita de forma racional e consensual.

Por exemplo, a possibilidade de um menor apostar ou de alguém apostar sob a influência de drogas ou coagido são cenários que podem acontecer quando as pessoas são monitorizadas apenas pelos ecrãs de computador.

Por outro lado, quando uma pessoa faz um esforço para se vestir, encontrar-se com alguns amigos e ir ao casino para uma noite de entretenimento, tem de provar ser adulta e o seu comportamento poderá ser observado e, em última instância, gerido, pelo staff e seguranças dos casinos.

Foquemo-nos também no impacto que o jogo online poderá ter em crianças e jovens adultos.

Como pai de dois adolescentes, estou bem consciente que vivemos numa altura em que há muitas crianças que são perigosamente viciadas em jogos online.

O que começou com jogos de arcada, como o Pac-man há 30 anos, transformou-se num ambiente em que os anos de formação das crianças são passados imersos em tablets, smartphones, jogos de video e outros aparelhos portáteis.

Deixem-me citar umas palavras importantes de Liz Woolley, fundadora da Online Gamers Anonymous. Numa carta à BBC, ela escreveu:

"Para alguns, a diversão transforma-se em sofrimento quando se tornam "viciados" no jogo. Deixam de ter a "escolha" de jogar e passam a sentir-se "obrigados".

Após terem passado tantos anos a jogar jogos online altamente viciantes, as crianças e os jovens adultos de hoje foram incentivados a este sistema e quem defende o jogo online sabe que há muito dinheiro a ser ganho para quem os explorar.

Para piorar as coisas, os jovens adultos sofrem a pressão de quase $1.000.000.000.000 em empréstimos para estudantes. Apresentar-lhes a tentação de resolver os seus problemas financeiros com um click de um rato é inconsciente."

Portanto, não, o jogo online não é uma ameaça para o meu negócio.

É uma ameaça para a nossa sociedade - uma toxina a que todas as pessoas de bem deveriam resistir.

Acompanha o nosso Twitter e Facebook para ficares a par das novidades do poker nacional e internacional.